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Os queridinhos do momento

Posted on nov 22, 2018 in Arte

Os tapetes tiram o ambiente do óbvio, estampando e embelezando pisos e paredes. E, atualmente, vivem um momento fashion, são motivo de importantes exposições e ganham a preferência ainda maior de arquitetos e decoradores em seus projetos.

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Texto Andrea Tavares

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Eles já nasceram como uma forma de expressão. Técnica milenar que remete à civilização egípcia, a tapeçaria ao longo dos tempos contou com nomes que a elevaram ao status de arte. Nos dias de hoje, com a revalorização do trabalho feito à mão, os tapetes voltaram ainda mais à ordem do dia: são cultuados por fashion designers, tornaram-se objeto de exposições de destaque no Brasil e na Europa e têm sido ainda mais valorizados pelos decoradores.

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Na moda

Em tempos tão tecnológicos, alguns aspectos bem mais analógicos ganham mais atenção. E a moda costuma ser pioneira nesses resgates: dessa vez, os criadores têm dado ainda mais valor à expertise do trabalho feito à mão, conceito tão intimamente ligado à tapeçaria.

Em 2018, durante as semanas de moda internacionais, os tapetes revestiram as passarelas de grifes como Balenciaga, Chloé e Ralph Lauren – esse último, aliás, criou um patchwork de tapeçaria para o desfile de 50 anos da marca, em setembro (veja o vídeo abaixo). Já a Marni combinou tapetes com sustentabilidade ao usar peças descartadas ao lado de retalhos de tecidos e outros materiais a fim de compor a cenografia de seu desfile, em fevereiro – havia, inclusive, assentos feitos de tapetes empilhados.

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A moda brasileira também seguiu o conceito. Em abril de 2018, durante a edição 45 do São Paulo Fashion Week, os modelos da marca mineira Apartamento 03 desfilaram os looks (veja o vídeo abaixo) da coleção inspirada na tradição familiar de costureiras do criador Luiz Claudio Silva em uma passarela revestida com tapetes da Punto e Filo, empresa paulistana com experiência de três gerações na criação e na produção tapeceira. Trabalho artesanal e tecnologia se fundem à marca para gerar designs exclusivos assinados.

A Punto e Filo também foi responsável por refazer uma importante obra perdida durante o incêndio do Memorial da América Latina, São Paulo, em novembro de 2013: nada menos que a tapeçaria de 840 metros quadrados da artista plástica Tomie Ohtake desenvolvida para o auditório Simón Bolívar a convite do arquiteto Oscar Niemeyer.

A produção da nova obra, que levou quatro meses e contou com o trabalho simultâneo de mais de 50 artesãos, reproduziu o formato e as cores do trabalho original e foi supervisionada pelos profissionais que trabalharam com Tomie por mais de três décadas. Em junho de 2017, o feito foi destaque no global Jornal Nacional em uma matéria sobre a reconstrução do espaço, reinaugurado em dezembro daquele ano.

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Status de arte

Dois nomes fizeram diferença na história recente da tapeçaria como arte: o artista francês radicado no Brasil, Jacques Douchez (1921 – 2012), e a artista têxtil alemã Anni Albers (1899 – 1994). E, no segundo semestre de 2018, São Paulo e Londres foram brindadas, respectivamente, com exposições de ambos.

 Por aqui, Douchez foi o protagonista da mostra A cor não tem fim no Museu de Arte Brasileira da Faap. O francês desembarcou no Brasil em 1947 e seu trabalho foi essencial para o desenvolvimento da linguagem da tapeçaria no país. Dominava com maestria as matérias-primas e os processos técnicos, inserindo conceitos de tridimensionalidade a ponto de transformar tapetes em “objetos-tecido” ou“esculturas tecidas”, como ele mesmo descreveu no manifesto que escreveu em 1959 com o amigo e sócio, o artista paulistano Norberto Nicola, em que se propunham a criar um novo caminho para a tradicional tapeçaria plana no Brasil.

O ambiente da exposição de Jacques Douchez no Museu de Arte Brasileira

A capital inglesa, mais precisamente na Tate Modern, recebeu uma retrospectiva da artista têxtil alemã Anni Albers (1899 – 1994), também com suas obras de tapeçaria, que combinavam a ancestralidade da tecelagem manual e a linguagem da arte moderna. Aluna e depois professora da icônica Escola Bauhaus, seus tapetes são uma grande inspiração também para designers de moda: criadores como Raf Simons e Paul Smith já declararam seu apreço pela obra da alemã.

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